O Méier já deu samba

Atribua o atraso de um carnaval e meio ao fato de eu ser ruim da cabeça, doente do pé ou ambos. Até um mês atrás, não sabia que, em 2007, nosso dileto bairro foi homenageado pela Unidos do Cabuçu, escola de samba do Lins de Vasconcelos, aqui do lado. O enredo, Da existência dos pretos forros ao desenvolvimento do Méier, foi criado pelo carnavalesco Luís Carlos Guimarães e desenvolvido junto com Humberto Abrantes. Infelizmente, o Méier não emprestou muita sorte à escola do bairro vizinho. A azul e branca terminou em oitavo lugar no grupo C, o mesmo onde está desde 2005, quando ficou em 11º.

A Unidos do Cabuçu foi fundada em 28 de dezembro de 1945, data em que Waldomiro Rocha, também conhecido como Babaú, juntou os dois blocos de carnaval existentes no Morro do Amor. No ano seguinte, a escola levou para a rua o enredo Carnaval na fazenda e, em 1947, teve o seu primeiro desfile oficial, na Praça 11, com o tema Compositor desprezado.

Durante apenas seis anos - de 1985 a 1990 - a Unidos do Cabuçu esteve no Grupo Especial. O 10º lugar conquistado em 1987, com o enredo Roberto Carlos na Cidade da Fantasia, foi a melhor classificação alcançada pela escola. No ano passado, já no Grupo C, os foliões do Lins cantaram a história do Méier por meio do samba composto por Sérgio Magnata, Ney do Cabuçu, Bill, Dudu Mendes, Carlos Júnior e Pedro Paulo. Para o próximo carnaval, Luís Carlos Guimarães está trabalhando no enredo Experiência mística.

Da existência dos pretos forros ao desenvolvimento do Méier
Compositores: Sérgio Magnata, Ney do Cabuçu, Bill, Dudu Mendes, Carlos Júnior e Pedro Paulo

Foi felicidade e coragem
Quando o recanto começou a se formar
Nas encostas de um morro
Os pretos forros
Chegaram construindo um doce lar
Em Roça dos Alforriados
Transformaram todo o alto da serra
Criando centro agrícola e social
Na colonização foram pioneiros
Desse novo povoado

Evoluindo a expansão
Enfim surgiu a nova estação
E a necessidade do aumento de vias
Pro transporte da população

O tempo não vai mais voltar
Mas não importa, sua história é imortal
Rancho, corso e sociedade
Alegravam de verdade
A comunidade do carnaval
Fartura no comércio e na beleza
Saúde, segurança, lazer e educação
A modernidade alcançou
És um eterno patrimônio de valor

Hoje a Cabuçu
Com euforia vem contagiar
Exaltando o grande Méier na avenida
Fazendo o nosso povo delirar