quinta-feira, 7 de maio de 2009

Martinho do Méier

O músico Martinho – você conhece, aquele que prega a filosofia do “é devagar, é devagar, devagarinho” – traz junto de seu nome o epíteto ‘da Vila’. A alcunha é conseqüência da longeva ligação e da história de dedicação de Martinho à Unidos de Vila Isabel, sua escola de samba de coração. Não fosse isso, talvez o cantor e compositor pudesse ter sido chamado de Martinho do Méier ou, quem sabe, do Engenho de Dentro.

Nascido no município de Duas Barras, no Estado do Rio de Janeiro, filho de lavradores da Fazenda do Cedro Grande, Martinho da Vila foi trazido para a cidade do Rio de Janeiro aos quatro anos de idade. Logo que aqui chegou, a família se instalou no Morro dos Pretos Forros, onde o menino foi criado.

Localizado originariamente no final da rua Camarista Méier, no Engenho de Dentro, o Morro dos Pretos Forros, também chamado de O Berço do Méier, se estende por diversos bairros da região. Seu nome remete à primeira metade do século XVIII, quando os primeiros escravos alforriados fundaram um arraial nas encostas da colina. Segundo o site da Associação Comercial e Empresarial do Grande Méier, foi devido à influência religiosa que os escravos forros estenderam a ocupação ao entorno dos núcleos nascidos, impulsionando a ocupação da região do Grande Méier. Ainda de acordo com o site, mais tarde, a colonização foi acelerada pela descoberta de ouro nas proximidades da atual rua Frei Fabiano, adensando-se nas encostas do Morro do Vintém.

É no Morro dos Pretos Forros que está o Pedra Negra Country Club. Pesquisando na internet, achei uma foto do morro com vista a partir do Méier nesse endereço, que parece ter diversas imagens da região. Martinho da Vila menciona a colina na canção Quando essa onda passar, do álbum Brasilatinidade, de 2005. Abaixo, a letra, retirada do site oficial do músico.

Quando essa onda passar
(Martinho da Vila)

Quando essa onda passar
Vou te levar nas favelas
Para que vejas do alto
Como a Cidade é bela
Vamos à Boca do Mato
Meu saudoso Pretos Forros

Quanto essa onda passar
Vou te levar bem nos morros
Não sei onde vamos primeiro
Quando essa onda passar
Formiga, Borel ou Salgueiro
Quando essa onda passar
Sei que vou lá na Mangueira
Pegar o Mane do Cavaco
E levar pra uma roda de samba
No meu Morro dos Macacos
Quando essa onda...
É bom zuelar nas umbandas lá do Vidigal
Candomblés, no Turano
Um fanque, um forró, um calango
No Andaraí, Tuiuti ou Rocinha
Ver os fogos de fim de ano
Da porta de uma tendinha
E depois vamos dançar um jongo
Num terreiro da Serrinha

2 comentários:

Thiago disse...

Oie, tudo bem?

Quero dizer que gostei muito do seu Blog,nao somente dele mas pelas suas palavras percebo que se trata de uma otima pessoa!!
Tbm sou do Meier, tbm escrevo, mas não estou falando de mim e sim de voce!

Parabens mesmo de coração.

meu email é esse caso queira.
thiagoglbr@hotmail.com

Fique com Deus

Renata disse...

Thiago, obrigada por suas palavras! Abs!