terça-feira, 1 de maio de 2012

Só acredito vendo (um filme)

Dentre o que conheci e deixou de existir no Méier, uma das coisas que mais me fazem falta é o Art-Méier. Era ótimo ter um cinema por perto, acessível a pé e com ingresso barato. Sobretudo, era ótimo ter por perto um cinema de verdade - e não uma mera sala. O Art-Méier, na rua Silva Rabelo, tinha capacidade para mais de 600 pessoas (incluindo o balcão no segundo andar) e história para além do telão: foi inaugurado em 24 de maio de 1957. Quarenta anos depois, em setembro de 1997, passou pela primeira grande reforma. Com a ajuda da prefeitura, em uma tentativa de atrair de volta o público que passava a preferir as salas de cinema nos shoppings, o grupo Art-Filmes restaurou o espaço mantendo a arquitetura e a decoração originais, mas substituindo tela, poltronas, projetor, equipamentos de som, iluminação e refrigeração antigos por novos. O investimento, no entanto, não evitou que tempos depois o Art-Méier tivesse um final clichê, sendo transformado em igreja.


O Art foi o último cinema do Méier a sair de cartaz e, desde então, nunca mais tivemos nenhum outro por aqui. Rumores, sim, já houve vários. Alguns anos atrás, quando o Shopping do Méier passou por uma reforma, comentava-se que salas de cinema seriam inauguradas ali. Nunca aconteceu. A bem da verdade, o Shopping vem colecionando é espaços vazios no segundo andar. Vamos ver o que acontece agora que foi vendido para o Iguatemi.

Mas voltemos ao assunto cinema. Nessa tarde de feriado chuvosa, a mais fria do ano até agora, leio no jornal de bairro Zona Norte, publicado nO Globo do último domingo, 29 de abril, que a prefeitura está estudando a reativação de sete cinemas de bairro, entre eles o Bruni do Méier. Trata-se de um projeto de revitalização da Subsecretaria de Patrimônio Cultural, Intervenção Urbana, Arquitetura e Design em parceria com a RioFilme. Segundo o subsecretário Washington Fajardo, o projeto é viável (clique aqui para ler a matéria completa) e o traçado da Transcarioca chegou a ser modificado para preservar o Cine Vaz Lobo. Talvez eu tenha me tornado descrente demais, mas só vou começar a levar fé nesse projeto quando sentir o cheiro de pipoca saindo da bombonière. Fiz uma pesquisa na internet, mas não encontrei nada. Certamente porque, como avisa a matéria, o projeto ainda não tem orçamento nem cronograma.

Independente do projeto, no bairro de Vaz Lobo, um grupo se dedica a conseguir a restauração e reinaguração do cinema que funcionava por lá e fechou no início da década de 1980. A história está nesse post do blog Memória e Patrimônio Histórico de Queimados.



O Bruni Méier, que funcionava na avenida Amaro Cavalcanti, retratado por Sérgio Lima em 1989 para o jornal O Globo. Mais informações sobre a imagem podem ser encontradas no fotolog Zona Norte. Além do Bruni, os outros antigos cinemas do Grande Méier contemplados pelo projeto da prefeitura são o Santa Alice, no Engenho Novo, e o Cachambi.




3 comentários:

Anônimo disse...

Realmente, os cinemas de rua fazem MUITA falta... Pior é ver o Shop do Méier, um espaço ÓTIMO e mal aproveitado... pq isso??? Alguém consegue explicar?!
E o Imperator? Dizem que a reinauguração (agora, como CCJoão Nogueira) será em junho... Será mesmo?! Se fosse na Zona Sul, tudo seria mais rápido... :(
Abs,
Cláudia

Anônimo disse...

Se provurar as fotos , verá que efetivamente está pronto...só estão enrolando de sacanagem!!!!

Luciene disse...

Morei no Méier de 85 a meados de 92, quando me mudei para Niterói. Na época, tínhamos o Art-Méier, o Paratodos e o Bruni Méier. O Imperator já estava fechado. Muitas lembranças boas dessa época. :)