O bairro muda

O Méier onde moro hoje não é mais o mesmo que conheci quando criança. Sem que se perceba, o bairro vai mudando diante dos olhos. Sobem prédios residenciais, lojas acabam ou migram, outras chegam. Faz alguns anos a Water Proof trocou o Méier Off Shopping - conhecido pelos locais como Galeria do Oxford - pela rua Dias da Cruz. Há (muito) mais tempo ainda a Kopenhagen bateu asas e voou. Hoje em dia, as Lojas Americanas ficam do lado de cá e o Imperator cede espaço para uma feirinha. Casa Mattos, Mesbla e Sapasso viraram história e o Art Méier, igreja. Esse, aliás, foi o último dos cinemas do bairro a fechar as portas. Numa época em que as salas nos shoppings não prevaleciam, o espaço de dois andares atraía longas filas de espectadores.

Nas últimas semanas, ao que tudo indica, mais três lojas encerraram suas atividades no Méier. Uma delas foi a tradicional São João Batista Modas, que sempre tive a impressão de vender roupas para mães. Acho que nunca entrei ali, agora que está vazia, vejo como a loja era grande. Outra foi a Casa Fama, que está sendo reformada para virar Casa & Vídeo. A terceira foi uma loja de cortinas, colchas e quetais, que deu lugar a uma imobiliária.

As lojas fechadas não são sinal de fim de festa, elas apontam para mudança, indicam movimento. A vida pulsa renovando o bairro. Prova disso é que, nos últimos anos, o Méier recebeu unidades de laboratórios de renome. Pena que por conta de uma delas tenha entrado água na única livraria que começava a existir por aqui.