De cima de um L amarelo e maiúsculo, instalado na confluência das ruas Dias da Cruz e Hermengarda, um leão guarda a entrada do Méier. Arrisco dizer que por dois motivos - ou pelo menos um deles - a estátua, certamente, habita o imaginário de todo aquele que era um infanto-morador à época de sua inauguração, em 27 de junho de 1989.
Recorrendo à minha própria experiência, posso dizer que passei um bom punhado de anos acreditando que aquele se tratava do Leão do Méier. Essa pretensa identificação do grande felino com o bairro é o primeiro dos dois motivos que mencionei.
- O leão é o símbolo do Méier! - ouvi repetidas vezes, como justificativa para a presença do imponente rei da floresta em plena selva suburbana.
E o L amarelo e maiúsculo? É o l de leão! A explicação me engrupiu tão bem que só após a Terra completar inúmeras voltas em torno do Sol, descobri que esse aí da foto (clique em cima para ampliar) não é o Leão do Méier, mas o Leão do Lions Club. Portanto, um marco do clube de serviço no bairro.
No entanto, é indiscutível que o Leão do Lions Club - a dois dias de completar 19 anos - se tornou um símbolo da região. Ele é hoje o Leão do Méier, com fama consolidada, ainda que ela tenha sido impulsionada por algo, de certa forma, inusitado. Este é o segundo dos dois motivos e, bem, não há uma maneira exatamente polida de contá-lo. O fato é que, após a inauguração da estátua, pintaram de vermelho o saco do leão. Por quanto tempo o bichinho ficou exposto de tal forma vexatória, não sei dizer, recordo apenas que foi bastante. Meses, pelo menos. Até que limparam a estátua. E o saco do grande felino voltou a ser pintado. De vermelho, outra vez.
A brincadeira - que hoje reconheço como de mau gosto - virou um dos assuntos mais comentados pelas crianças do bairro. Na escola, ingenuamente, uns perguntavam aos outros se tinham visto o que acontecera ao Leão do Méier. Então caíamos na gargalhada, sem entender totalmente a dimensão daquela traquinagem. Em casa, a reação foi diferente. Meu pai me deu um tremendo pito quando, me divertindo, contei o caso do leão.
- Isso não é assunto! Nem brincadeira que se faça! - vociferou diante do meu olhar de quem não concebe a gravidade da situação.
Mas para a tranqüilidade de todos, já há alguns anos a integridade do Leão do Méier vem sendo devidamente respeitada.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
O Leão do Méier
Escrito por Renata às 12:47:00 PM
Marcadores: Méier de hoje, Méier de ontem, reminiscências
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5 comentários:
saco vermelho me lembra papai noel. Já saco roxo seria pior, concorda? Lembraria não um "L" só mas os malfadados dois "L" dos nossos pesadelos :)
Caramba Rê, não tinha idéia que era do Lions...
Só pra explicar, eu só entrei com calma no seu blog hj! Demorou mais cá estou
=)
bjinhos
Bianca Coré
Maray, você tem toda razão. =) Obrigada pela visita!
Bianca, só no ano passado descobri que o leão é do Lions. Estou me sentindo enganada. =) Obrigada por ter vindo conhecer o blog!
O que era esse Lions Club?????
Jessica, o Lions é um clube de serviços, uma instituição para trabalhar pela comunidade. Não sei em detalhes, mas o site deles é esse aqui: www.lions.org.br
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