quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Choque de ordem: segundo round

Lembra do choque de ordem que comentei aqui no mês passado, na confluência da Dias da Cruz, Camarista Méier e Borja Reis? No fim das contas, não chegou a ser nem um sacode. Depois de a prefeitura gastar um domingo destruindo o suposto prédio irregular de quatro andares, o esqueleto que sobrou começou a ser reconstruído.

Na ocasião, foi noticiado que a completa demolição do prédio demandaria um segundo dia de trabalho. Resultado: o proprietário conseguiu impedir que a prefeitura terminasse de levar o imóvel ao chão. Depois ainda estendeu uma faixa em agradecimento ao apoio da população e chamando atenção para o fato de que o prédio tem escritura, IPTU e o “próximo pode ser o seu”.
Segundo fonte fidedigna, parte da população ser arvorou por ter considerado um absurdo a prefeitura estabelecer como alvo um prédio onde também funcionava uma igreja. Deus que me perdoe, mas, na minha opinião, isso soa como fanatismo religioso. Por acaso a realização de culto de ordem religiosa, seja ela qual for, altera o fato de que - supostamente - o prédio não deveria existir ali? Parece que, para algumas pessoas, sim. Fica a dica para aqueles que têm por que temer a fúria demolidora do nosso prefeito: celebração religiosa.

Ao mesmo tempo, é inconcebível que a prefeitura cobrasse IPTU de um imóvel que ela mesma considera irregular. Se não me falha a memória, a tal faixa informava serem trinta anos. Ou seja, se agora, décadas mais tarde, resolveu detonar o prédio, não deveria ao menos indenizar o proprietário?

Difícil saber com certeza ao lado de quem está a razão nessa história toda. Se do dono do imóvel, que argumenta pagar pelo imposto que lhe é cobrado; ou se da prefeitura, para quem o prédio não deveria ocupar o endereço de que dispõe. Só sei que, a meu ver, saíram perdendo os moradores. Mais uma vez.

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